sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
terça-feira, 29 de março de 2011
Balanço Millesime: chefs espanhóis comentam experiência no Brasil e falam de suas impressões pós era El Buli
terça-feira, 22 de março de 2011
O ovo perfeito e caseiro
Eu já sabia que as aulas de ovos eram das mais traumáticas no curso de gastronomia, fato confirmado por Benny Novak nesta matéria da Luiza Fecarotta na Folha. É também sobre ovos um dos (poucos) bons trechos do filme "Julie & Julia", quando Julia Child aparece com centenas deles quebrados em casa, no desespero de aprimorar sua técnica.
Deve ter adiantado, porque uma das técnicas contempladas nesta matéria que me pareceu mais difícil foi a da omelete clássica - ao lado do ovo poché, esse enigma da culinária - e que Julia aparece em um vídeo fazendo com maestria - em questão de segundos. Só vendo para crer:
Segredos do ovo perfeito
Mexido, frito, cozido: dicas para o ovo de todo dia ficar muito mais saboroso. Mais: o jeito certo de fazer uma boa omelete
Quando a fome no café da manhã está brava, ele é o grande salvador. Quando a “mistura” acabou, também. O artifício vale para qualquer pessoa – no Brasil, o ovo está entre as proteínas mais democráticas em termos de preço. Inclusive para a presidente Dilma Rousseff, que na última terça (1º de março) revelou certa intimidade com a frigideira ao demonstrar sua receita de omelete no programa matutino Mais Você, da Rede Globo.
Pequenos detalhes são importantes em um prato de poucos ingredientes – ou um só, no caso do ovo frito. O mais importante deles é escolher o produto fresco. Ovos recentes apresentam clara mais firme, que não espalha na frigideira de forma desgovernada e que sustenta bem a gema na superfície. Para testar, agite levemente o ovo. Caso a gema se mova de maneira perceptível no interior da casca, sinal de que a clara não está mais tão firme.
Outro ponto importantíssimo é o tempo de cozimento. Segundo a bíblia do Instituto Americano de Culinária, Profissional Chef (Editora Senac), não importa como os ovos são feitos: “quando são cozidos demais, a coagulação excessiva das proteínas força a água para fora e os ovos ficam ressecados.”
Mini documentário Benjamin Abrahão
O detalhe é que o fermento deles tem 25 anos - a mesma idade do Felipe Abrahão, neto do fundador e quem hoje toca a padaria.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Por dentro da cozinha árabe
Os mil e um pratos
Aos 130 anos do marco simbólico da imigração, cozinha árabe ainda é confundida com turca e armênia ; rótulo também ignora países árabes africanos
Ensopado de verduras, carne e frango do Abu-zuz; abaixo, ingredientes: mulukhie, pão sírio e vinagrete (Foto Karime Xavier/Folhapress)
MARINA FUENTES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quando os primeiros libaneses chegaram ao Brasil com passaporte turco -à época, o Líbano estava sob domínio otomano-, se deu início à confusão. Os equívocos na hora de distinguir povos árabes de turcos perduram até hoje, em plena comemoração do marco simbólico dos 130 anos de imigração árabe no Brasil, e se estenderam para a gastronomia.
O que se convencionou chamar de comida árabe é, na realidade, sírio-libanesa -esfihas, quibes, tabule, fatouche e pastas, ou, entre os pratos quentes, charutos de uva e legumes recheados, como abobrinha e berinjela.
Ainda que sejam feitas à moda do Líbano e da Síria, chamar essas especialidades de cozinha árabe não é exatamente um erro, segundo Samira Adel Osman, especialista em imigração árabe.
"São populares para libaneses, sírios, gregos, turcos, armênios e mesmo iranianos por causa do domínio dos turcos naquelas regiões. A alimentação é um dos primeiros aspectos de apropriação e trocas culturais."
Além da influência de vizinhos, há ingredientes comuns. Cordeiro, trigo, castanhas, frutas secas, grão-de-bico, coentro e hortelã são alguns deles. Pratos que, por mais que tenham modos de preparo próprios em cada país, guardam semelhanças.
Clique aqui e leia a matéria completa (exclusiva para assinantes da Folha e do UOL)
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Coxinha do Veloso
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Uma matéria de tequila e um breve relato sobre mescal
Marina Fuentes, especial para o iG | 13/11/2010 10:50
Um jovem entra no bar e é recebido por garçonetes voluptuosas. Elas estão armadas com garrafas de tequila e munidas com copos de “shot”, limão e sal. Ele lambe um pouco de sal no dorso da mão e vira a dose inteira em uma talagada. Atordoado, tenta sorver um gomo de limão, mas as moças balançam sua cabeça e rodopiam o seu corpo. Situações como essa, comuns em bares de Cancun, zona turística caribenha, passaram a ser copiadas em outros cantos do mundo e ajudaram a criar uma imagem distorcida da bebida e do bebedor do destilado-símbolo do México.
A cena, importada no imaginário de quem passou o verão por ali ou transmitida em algum filme com clichês mexicanos, faz parecer que todo bebedor de tequila é um mal intencionado ou beberrão de plantão. Mudar essa aura de baderna que circula a bebida é um trabalho diário dos representantes da cultura mexicana fora de seu país.
Clique aqui e leia a matéria completa
Clique aqui e veja as classificações da tequila
Clique aqui para ver as receitas dos drinques Maria Sangrienta e margarita
Estive na mesma semana na casa da mexicana Lourdes Hernández-Fuentes e seu marido Felipe. Foi uma noite de comida de rua em que eu e quatro amigas nos fartamos de machaca norteña (lembra um chilli feito com carne-seca e feijão bem preto), Tamal de cuitlacoche (aquele fungo que dá no sabugo do milho), Arroz com lulas aos três chiles (simples e deliciosa). A cozinha de Lourdes eu já conhecia e é mesmo especial - além de ter os ingredientes que eles trazem diretamente do México e que são tão exóticos para nós
Mas o que me impressionou mesmo foi a margarita (pelamordedeus não confundir com marguerita, a pizza) de mescal que o Felipe me ofereceu. Pra quem acha que mescal é só um subproduto da tequila, feito fora das regiões autorizadas em Jalisco, ledo engano.
Típico de Oaaxa, onde também existem especialidades curiosas, como os gusanos fritos ou os "chapulines" (adivinhe o que é?) servidos como petisco, o mescal é feito de outros tipos de agave, diferente do agave azul usado para fazer tequila. De acordo com o agava usado, recebe uma nomenclatura, como limeño, la raicilla e cupreata. Os que já tomei - incluindo esse do Felipe - têm sabor terroso e mineral, muito agradável e diferente do que eu prefiro em uma tequila - como a doçura natural da Don Julio reposado, que segue a minha preferida.
Uma pena que o mescal ainda seja visto como "aquela bebida com o gusano", naturalmente mais um souvenir para turista que uma bebida de qualidade. Enquanto isso, segue sem importador no Brasil e impede que a gente tenha acesso a essa bebida que, quando bem feita, é de extrema qualidade e características próprias.
Língua afiada
A guerra de panelas entre França e Itália
Yann Corderon e Hamilton Mellão lançam livro que documenta confronto da gastronomia de bistrô e de trattorias. Veja a entrevista
Marina Fuentes, especial para o iG | 11/11/2010 12:06
Um não se separa de uma taça de vinho, o outro abandonou a bebida há tempos. Um deixou de lado o tabaco, o outro é fumante inveterado de três maços por dia. O primeiro é representante da cozinha francesa, o segundo, um defensor da culinária italiana. Tomando essa última diferença como pretexto, os chefs Yann Corderon e Hamilton Mellão acabam de lançar o livro “Bistrô & Trattoria – Cozinhas da Alma” (editora Melhoramentos) em que expõem seus pontos de vista sobre os mais diversos pratos franceses e italianos e seus correspondentes na gastronomia “rival”. Foto: Divulgação Livro dos chefs Mellão e Corderon documenta o confronto dos bistrôs e das trattorias.
Nas 200 páginas da publicação, há o relato dos encontros dos cozinheiros, sob olhar atento de Nilu Lebert, jornalista e esposa de Mellão. Ela não tomou partido do marido ao documentar o preparo e a degustação conjunta das especialidades típicas das cozinhas francas, descomplicadas e familiares dos bistrôs e trattorias.
Foram inúmeros encontros, feitos ao longo de seis meses, em que os dois duelaram sobre quem leva a melhor em cada tipo de ingrediente. Caponata ou ratatouille? Croque monsieur ou pandorato? Brandade de morue ou baccalà mantecato? Cada qual com seus argumentos, seguiram defendendo sua culinária em uma sequência de diálogos afiados e cheios de revelações sobre a origem e a história dos pratos – inclusive desmitificando falsas ideias sobre eles –, além das receitas, claro.
Em comum, os dois cozinheiros, como preferem ser chamados, têm, além da maestria na cozinha, o carisma e o bom humor. Alfinetam-se com cavalheirismo e distribuem elogios a quem está em volta (“querido, coma este crostini”, “que lindo o seu relógio! Use sempre”, “minha esposa é maravilhosa grávida”). Uma amostra do que esperar dessa guerra de panelas documentada você confere na entrevista, clicando aqui.
Foto: Dorivan Marinho / Fotoarena
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Bom para coquetéis, pisco é motivo de guerra etílica entre Chile e Peru
O suflê de goiabada do Marcel
MARINA FUENTES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Um dos pratos mais representativos da culinária francesa, o suflê esconde segredos no preparo e deixa hesitante até cozinheiros profissionais --boa prova disso é o número limitado de menus que oferecem a especialidade.
Nesta edição do Boa Vida, o chef Raphael Durand Despirite, do restaurante Marcel, que oferece vários sabores de suflê, explica que este é mesmo um prato que requer prática. "O segredo está em fazer uma boa clara em neve e depois misturar delicadamente com os demais ingredientes, para não destruir as bolhas de ar", explica ele.
Raphael concorda que bons equipamentos, como um superforno e uma batedeira competente, ajudam no preparo, mas não são tudo. "Recomendo que a pessoa tente fazer algumas vezes, até acertar o ponto do prato", sugere. O chef diz que a massa do suflê doce e do salgado têm algumas diferenças e que é preciso ter cuidado na hora de escolher os recheios. "Ingredientes muito gordurosos, como chocolate e queijos, são mais complicados", diz.
Suflê de goiabada
Ingredientes
Para a massa
- 500 ml de leite
- 6 gemas
- 95 g de açúcar
- 100 g de farinha
- 4 g de manteiga
- Cascas de laranja
Para o suflê
- 200 g de claras
- 40 g de açúcar
- 150 g da massa
- 150 g de goiabada pastosa
- Manteiga e açúcar para untar
Modo de preparo
Em uma panela, misture todos os ingredientes da massa, mexa bem e leve ao fogo baixo até obter um creme.
À parte, bata as claras em neve com o açúcar. Em um recipiente, coloque a massa e o doce e misture com a ajuda de um fouet. Por ultimo, acrescente às claras em neve e misture delicadamente.
Unte uma fôrma para suflê com manteiga e polvilhe o açúcar. Coloque a mistura de suflê na fôrma e passe a pontinha do dedão na beirada da fôrma para ajudar o suflê a crescer.
Asse em banho-maria em forno preaquecido a 200ºC até o suflê ficar firme e douradinho